quarta-feira, 14 de setembro de 2011

LAQUEADURA TUBÁRIA




MOMENTO SAÚDE








Laqueadura: prós e contras

     A cirurgia de ligação de trompas é algo mais sério do que se imagina. É preciso diálogo entre o casal para que seja uma decisão consciente.



   "Filhos... Filhos? Melhor não tê-los! Mas se não os temos, como sabê-lo?", disse o poeta Vinicius de Moraes. Ter um filho é a realização de um sonho para diversos casais e principalmente para a mulher. No momento saúde passado falei sobre planejamento familiar com métodos hormonais; porém se a decisão agora é encerrar a capacidade de ter filhos, uma das maneiras que o casal encontra é submeter a mulher à cirurgia de laqueadura, mais conhecida como ligadura de trompas.
    No entanto, é preciso muito diálogo entre o casal para que esta seja uma decisão consciente e saudável. Vamos explicar como é feita a cirurgia e tirar suas dúvidas com a ajuda do ginecologista-obstetra Alfonso Massaguer, que também é diretor-clínico da Clínica MAE.
Trompas de Falópio?

    Antes de explicar como é realizada a laqueadura, vamos entender basicamente o que é fecundação. As Trompas de Falópio são os canais que ligam o útero aos ovários. A laqueadura é justamente o "ligamento" dessas trompas. Na operação, faz-se a interrupção desses canais que transportam o óvulo ao útero, onde ele é fecundado pelo espermatozóide. Quando se interrompe esse ciclo, a fertilização não ocorre.
   Dito de uma maneira simples: o médico fecha as tubas uterinas da mulher, o que impede a descida do óvulo e a subida do espermatozoide. É uma cirurgia relativamente simples na qual as trompas são cortadas e as extremidades amarradas. O Brasil tem um dos maiores índices de laqueaduras do mundo com 40% das mulheres em idade reprodutiva - de 10 a 49 anos - esterilizadas, ao lado da Índia e China, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).


Técnicas



   "A laqueadura pode ser feita por um procedimento cirúrgico chamado de laparoscopia (que são pequenas incisões de 5 a 10 mm e colocação de um câmera na barriga), uma incisão similar a uma cesariana (ou no momento desta) ou um corte ainda menor de aproximadamente 6 cm. Também pode ser feita através de um pequeno corte pela vagina sem cortar a barriga", afirma o ginecologista-obstetra.
    As técnicas mais utilizadas para realizar o procedimento são laparoscopia e por uma incisão similar à cesariana ou, ainda, no próprio momento do parto. "A trompa pode ser cortada, amarrada e até retirada. Se a lesão na trompa for "maior", menor será a chance de falha, mas será mais difícil consertar se a paciente se arrepender", assegura Alfonso.
   Uma das vantagens da ligação de trompas é que o risco de gravidez é de menos de 1%. Mas é possível engravidar após o procedimento? Sim, explica o obstetra, mas a "falha é bastante rara". O que não pode é deixar de utilizar, mesmo após a laqueadura, os métodos contraceptivos para evitar doenças sexualmente transmissíveis.

Atendimento na rede pública

    Se você está se perguntando se dá para realizar o procedimento na rede pública, sim, é possível. O Sistema Único de Saúde (SUS) realiza o procedimento, mas há vários critérios de inclusão como idade mínima de 25 anos ou pelo menos dois filhos vivos. Também é necessário pelo menos 60 dias entre a manifestação do desejo de laqueadura pelo casal e o ato cirúrgico.
   "O mais importante é ver a laqueadura como método definitivo e avaliar se há outro método de anticoncepção não definitivo que se enquadre", garante Alfonso. Os interessados precisam aguardar dois meses para fazer a cirurgia e, nesse período, passam por um acompanhamento médico e psicológico.

Dá para reverter?

    Segundo Dr. Alfonso Massaguer, é possível desfazer a laqueadura caso o casal queira novamente ter filhos, mas depende de como foi feita a cirurgia. O procedimento chama-se salpingoplastia e pode ser feita por anastomose tubária microcirúrgica, via laparotomia ou via laparoscopia. O grau de reversibilidade depende da lesão que a técnica cirúrgica causou.
    Dessa maneira, laqueaduras feitas com anel plástico ou clipes de titânio são mais simples de reversão. Para as pacientes que foram submetidas à salpingectomia (que é a retirada das trompas), a reversão é impossível. "Se a reversão não for possível, o casal pode realizar uma fertilização in vitro onde as trompas não são necessárias para uma gravidez", assegura o especialista.

Fazer ou não fazer?

   Diversos aspectos psicológicos devem ser levados em consideração pelas mulheres na escolha dessa esterilidade. Agora você pode não querer mais filhos, porém mais à frente, caso encontre outro par, o desejo de ser mãe pode voltar. "O apoio de uma equipe multidisciplinar é de grande importância, pois o conhecimento de outros métodos de anticoncepção ajudará a mulher a uma melhor decisão", ressalta o ginecologista.

 





DADOS: www.tempodemulher.com.br

2 comentários:

  1. Dotora Brena, quando eu tinha uns 20 anos eu fiz uma ligação, cortaram apenas uma trompa, pois eu so vi uma. Será que eu tenho chance de engravidar com uma trompa apenas? No juazeiro do norte quem faz essa cirurgia para engravidar?

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  2. Hoje eu tenho 30 anos será que tenho chances

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